A mostra que aqui apresentamos reúne um conjunto de objetos de arte de diferentes linguagens - pintura, escultura, vídeo, música, - permitindo conhecer aspectos da vida cultural e social do povo haitiano, expressa em temáticas que estão, pode-se dizer, no cerne de sua formação: a África, a Negritude, o Vuduísmo, a resistência e a luta contra a escravidão e o colonialismo. O registro fotográfico traça um roteiro, revelando lugares paradisíacos de um país banhado pelo mar do Caribe. Uma arquitetura que apresenta vestígios de um passado colonial próspero e descreve a existência de um cotidiano simples, precário e ao mesmo tempo de grande intensidade em suas manifestações populares.
O tempo dedicado a criar e organizar esta exposição, ouvindo histórias e relatos, vendo filmes e livros, selecionando fotos aos sons dos troubadours, colocou-me muito próxima do povo haitiano e de sua cultura. Primeiro país a abolir a escravidão moderna, sofrendo até hoje as conseqüências deste gesto: o isolamento, o estigma de um povo bárbaro e selvagem, ditaduras e catástrofes naturais, mas que ainda teima em resistir contra o preconceito contra a sua língua, sua religião, sua origem africana.
Eu agradeço à Normelia pelo desafio e a todos que auxiliaram na empreitada.

Margarida Rache - Curadora


Esta exposição sobre o Haiti traz o tema Arte e Resistência. Dois conceitos e duas realidades vastos e complexos, com uma longa história que é a da humanidade ao longo de sua História. Nossa exposição aborda o tema na perspectiva do Haiti, pequeno país do Caribe, comumente conhecido por sua trágica miséria. Em 12 de janeiro de 2010, a destruição causada por um terremoto que atingiu, sobretudo, a capital de Porto Príncipe, trouxe o Haiti à cena mediática. O mundo comoveu-se com imagens terríveis de morte e desespero. Fotos, vídeos, documentários circulavam mostrando o horror. Eu vi o horror. Como muitos viram o horror. Como muitos o vêem cotidianamente. Mas, esta espécie de narrativa de minha experiência no Haiti, de outubro de 2008 a agosto de 2011, quer mostrar outras imagens, quer contar outra história. Nesta também tem fome, tem desespero, tem tristeza, tem morte; mas nela também têm criação e criatividade, têm luta e resistência a tudo o que nega a vida. A História do Haiti é de luta e resistência contra o encarceramento do homem nas “prisões” da miséria da escravidão do colonialismo e do racismo. O Haiti testemunha a capacidade do homem de resistir à desumanização através da criação do espírito. Parafraseando o escritor Frankétienne, diante do fechamento de todas as portas, restaram ao haitiano as portas abertas do imaginário místico e mítico do vodu e da criação artística. Nos anos 40, Aimé Césaire, Alejo Carpentier, Wilfred Lam, André Breton, figuras ilustres que visitam o país, movidos então pela art nègre e pelo “primitivismo”, ficam impressionados com o imaginário descortinado pela História e pela arte popular haitiana. Mais tarde, é a vez de André Malraux atraído pelo movimento Saint-Soleil, criado por Tiga. Poderíamos dizer que o Haiti foi, nos anos 40, um dos centros de radiação da arte produzida na época e de novos conceitos, como o de Realismo Maravilhoso, cuja conceituação surge da visita do escritor cubano Alejo Carpentier ao país.
Não podemos falar de arte e resistência no Haiti, sem entrarmos um pouco na História do Haiti, surgido das cinzas das revoltas dos escravos e da Revolução de Saint-Domingue (1793-1804). Trata-se de um povo negro que forjou sua emancipação da escravidão e do colonialismo quando vigorava, em pleno vapor, o sistema colonial escravagista. Ao se declarar primeira República Negra nas Américas em 1804, Haiti vê-se confrontado com o isolamento, o estigma, a negação de sua existência e à hipoteca de seu desenvolvimento e de sua soberania. Ameaçado constantemente em seu corpo e em sua identidade (em sua língua e em sua religião), o povo haitiano forjou uma cultura de resistência. Alias, poderíamos dizer que a cultura do negro no mundo moderno, é uma cultura de resistência. O percurso da África às Américas e da escravidão à modernidade, é de resistências e de lutas contra a morte, a desumanização, à alienação. O grande poeta da Negritude, Aimé Césaire, nascido na Martinica de avós escravos, definiu, em uma entrevista, a cultura como tout ce que l’homme a inventé pour rendre le monde vivable et la mort affrontable [tudo o que o homem inventou para tornar o mundo vivível e a morte afrontável”. Profundamente engajado com a condição e a situação do negro e consciente da profunda alienação produzida pela escravidão e pelo colonialismo, Césaire via a arte, mais especificamente a poesia, como uma “arma milagrosa” de liberação e emancipação. Ao aliar a razão e a imaginação, o consciente e o inconsciente, a arte seria um instrumento de ressubjetivação, de recriação de uma identidade roubada e alienada. A criação artística no Haiti está em toda parte e pertence a todas as classes sociais. Nesta exposição apresentamos uma perspectiva desta criação em suas diversas expressões: pintura, escultura, em pedra e em metal, e música. Os vídeos-documentários presentes abordam a arte de alguns pintores renomados como André Pierre, Tiga, Préfète Duffaut, Cédor, Lazard e Marithou. Um deles é consagrado à escultura em metal, arte tipicamente haitiana. Todos eles realizados pelo cineasta Arnold Antonin que tem se dedicado a preservar e divulgar a memória cultural e artística do país. Um traço é recorrente nestas obras: a referência ao imaginário vodu.


Normelia Parise

Rencontre de Macunaima et de l´Oncle



Des tous les discours savants, l´ethnologique est celui plus proche de la fiction (Roland Barthes)

Nous proposons de faire dialoguer l´écrivain brésilien Mário de Andrade et l´éthnologue haïtien Jean Price- Mars. Tous les deux ont été des chefs de file      d´un important mouvement intellectuel et culturel respectivement au Brésil et en Haïti. Tous les deux ont publié, en 1928, une œuvre qui a révolutionné la pensée de        l´époque. Macunaíma et Ainsi parla l´Oncle sont devenus des poto mitan de la culture brésilienne et haìtienne au point d´en devenir                      l´expression même. Tous les deux ont contribué au développement des sciences humaines et sociales par la recherche ethnographique et la mise en place des organismes d´appui et de divulgation de la culture populaire de leurs pays.
Aux années 20-30, Mario de Andrade est l´un des maîtres à penser et homme d´action du Modernisme brésilien, mouvement artistique et littéraire créateur d´un art et d´une littérature brésilienne moderne. Jean Price-Mars, quant à lui, sera considéré le prédécesseur de l´Indigéniste haïtien, exerçant influence sur le roman paysan des années 30 e 40, et de la Négritude, menée par Aimé Césaire et Léon Gontran-Damas. Tous les deux avaient un projet de nation, d´une identité nationale à créer par l´incorporation de la culture populaire. Chez les deux, la pratique de  l´ethnographie serait mise au service de la constitution du contenu et de la forme de l´identité culturelle et de la littérature nationales. 
Tout en réunissant ces coïncidences, ces hasards ou ces synchronismes, nous voulons interroger leurs parcours afin de mieux mesurer leur importance dans l´élaboration d´une pensée critique nationale et de l´invention de la nation. Dans le cadre de ce colloque, le rencontre entre Mário et Price-Mars élargit notre perspective  sur le thème suscitée - la construction de la nation - à une époque où cette question était au centre de la production artistique, littéraire et intellectuelle.
Aux années 20, les pays sortis du système colonial et de l´économie esclavagiste, et rentrés de force dans le nouvel ordre mondial du libéralisme économique et du capitalisme industriel,   s´interrogent sur leur devenir de nation et de peuple. Le Brésil voit se constituer une intelligentsia, une classe intellectuelle dont les ouvrages proposent des projets de modernisation du pays. Une série d´"Interprètes du Brésil" dont Oliveira Vianna, juriste, historien et ethnologue influent à l´époque. Préoccupé par la formation du peuple brésilien, il suggérait dans son oeuvre l´incorporation du noir par le métissage [caldeamento].
         Au moment de constitution de la nation (selon la formule européenne), les diversités et les inégalités régionales dans un pays continental et la population métisée et hétéroclite posaient des écueils au projet d´une Nation voulant boiter le pas de l´Europe. Aux années 20 on assiste au début du renversement de la théorie de la dégénerescence de la race blanche par le métissage, promue par Nina Rodrigues au XIXème siècle et par Oliveira Viana aux début du XXème siècle. C´est le début de la construction de  "idéologie du métissage", de                l´incorporation du Noir par la valorisation du métissage. Celui-ci serait l´élément constitutif du "peuple brésilien" et de sa culture.
         Mário de Andrade a eu le mérite d´intégrer les trois éléments de la formation du peuple brésilien, de les intégrer d´une façon créatrice et critique, signalant un processus de formation ouvert et dynamique. Mario de Andrade et Oswald de Andrade appartenaient à un groupe d´artistes et d´écrivains qui avait le projet d´actualiser l´intelligence artistique brésilienne, de créer un conscience créatrice nationale par la recherche esthétique et par la connaissance du Brésil "profond", "primitif". En tant qu´écrivains et intellectuels appartenant à l´élite de São Paulo, au courant de ce qui se passait en Europe, il s´agisait de combiner "la forêt et la ville"; l´homme cultivé et l´homme primitif. Le primitiviste etant à la mode aux années 20, mise en avant par les avant-gardes européennes, la phase avant-gardiste du Modernisme le revendiquait. Le manifeste Pau-Brésil, publié en 1924 par Oswald lance la revendication du primitivisme. En 1928, la même année de parution de Macunaíma, Oswald offre le provocateur manifeste Anthopophage où il propose un art et une esthétique brésiliens fondés sur la dévoration de l´Autre; son incorporation dans la création du peuple et de la culture brésilienne.
         Métis, ou - d´après son poème Improviso do Mal da América [Improvisation sur le Mal de l´Amérique]-, un blanc dont l´âme est criblée de races, un poète portant une robe arlequinal, ou encore un indien tupi jouant du luth, Mário de Andrade est né en 1893 et mort en 1945 à la ville de São Paulo. Professeur         d´Histoire de l´art et de Musique au Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, musicologue, il fait sa formation en Lettres, en Philosophie et en Musique. Il écrit de la poésie, des romans, des contes; est professeur de musique; collabore avec des journaux et des revues comme chroniqueur et critique d´art. En 1917 il publie un recueil de poésie Uma gota de sangue em cada poema [Une goutte de sang dans chaque poème] et participe à l´exposition de peinture polémique d´Anita Malfatti ; en 1922, il participe à la Semana de Arte moderna de São Paulo et publie le recueil Paulicéia Desvairada ; en 1923, publie le livre de poétique moderniste A escrava que não é Isaura [L´esclave qui n´est pas Isaura]; en 1926, le Clã do Jabuti [Le Clan du Jabuti] qui, à l´instar de Macunaima et de Remate de Males [1930] est une oeuvre poétique imprégnée par ses recherches ethnographiques où il fond la recherche de soi-même et celle du pays.
En 1927 Mário entreprend un premier voyage ethnographique au Nord du Brésil, suivi d´un deuxième au Nord-est brésilien. C´est au terme de ses voyages que Mário accouche de Macunaíma, devenu une espèce de mythe fondateur, d'épopée "tupiniquim" de la nation brésilienne. En 1926, il fait la lecture de l'oeuvre Vom Roroima zum Orinoco (Do Roraima ao Orenoco) du voyageur allemand Theodor Koch-Grünberg, publiée en cinq volumes entre 1916 e 1924. Mário déclare avoir trouvé Macunaima, le héros de notre peuple dans ce livre. Les voyages et la lecture sont à l'origine de Macunaíma et de Ensaio sobre a Música Brasileira [Essai sur la musique brésilienne, 1927].
En 1935, il devient Chef de la Divisão de Expansão Cultural; en 1936, Chef du Département de Culture de la ville de São Paulo et, en 1939, il crée la Société d'Ethnologie et de Folklore. Il devient un des mentors du Mouvement moderniste dans sa phase héroïque, anthropophage et avant-gardiste, et de la deuxième phase marquée par le nationalisme esthétique et pittoresque, par l'utilisation du folklore. La poésie de Clã do Jabuti, le roman Macunaíma et l'essai, Ensaio sobre a Música Brasileira sont mis au service de la création d´une identité culturelle et artistique brésiliennes.
Historiquement le rapport entre littérature et ethnologie remonte à la "découverte du Nouveau monde”. Son avènement se rattache à la mise en contact des cultures européennes, orientales, africaines et amérindiennes par la colonisation et    l´esclavage. Cette rencontre inouïe a suscité nombreux écrits essayant de nommer les nouveaux territoires et populations rencontrés.                      L´avènement des Etats-nations et du nationalisme, au XIX siècle, lui a fourni un cadre. L´ethnographie devient source et ressource aux projets de construction des identités nationales, qui se sont nourris des écrits des voyageurs, des missionnaires, des fonctionnaires ou des visitants illustres européens ayant parcouru les colonies pour inventorier la nouvelle faune et flore, pour cartographier le nouveau monde afin de s´en approprier et     d´en constituer des savoirs. Souvent ces voyageurs étaient sources d´informations aux gouvernements coloniaux.
Dans le cas du Brésil, nous pouvons citer L´Histoire d´un voyage faict en la terre du Brésil de 1578 de Jean de Léry, commenté par Claude Lévi-Strauss dans Tristes tropiques publié em 1955, et Véritable histoire et description d'un pays habité par des hommes sauvages, nus, féroces et anthropophages: situé dans le Nouveau monde nommé Amérique, avant et depuis la naissance de Jésus-Christ, jusqu'à l'année dernière écrit par l´aventurier allemand Johann von Staden, publié par A. Bertrand en 1837. Hans Staden, lors de son deuxième voyage au Brésil, s´est fait prisonnier des Tupinambás, mais réussit à se sauver du banquet anthropophage que la tribu préparait durant lequel il serait dévoré. Son livre a nourri l´Anthropophagie d'Oswald de Andrade. Nous avons encore Le Brésil, ou Histoire, mœurs, usages et coutumes des habitans de ce royaume, publié à Paris en 1822 et Scènes de la Nature sous les Tropiques, de 1824                   d´André Thévet, cartographe du roi Henri II. L´oeuvre de Jean de Léry est à                   l´origine du mythe du bon sauvage de l´Amérique présent chez Chateaubriand et Rousseau, et de l´essai Des Cannibales, de Montaigne. Au Brésil, ce mythe devient fondateur de la nation.
Le courant indigéniste du romantisme brésilien, représenté par l´écrivain José de Alencar, construit la phase généalogique et cartographique de la littérature brésilienne où s´élabore une invention de l´espace brésilien. Ses romans indigénistes Iracema, O Guarani et Ubirajara mettent en valeur                  l´amérindien idéalisé, mythifié. Iracema - la vierge aux lèvres de miel - en est paradigmatique. Sa fable raconte la rencontre entre un Blanc, portugais, et une Amérindienne dont l´amour engendrera un enfant, Moacir, le fils de la douleur. Le contexte historique du Romantisme brésilien est la période coloniale esclavagiste.        À cette époque, l´indien, assimilé au mythe du bon sauvage, deviendra l´ancestral du brésilien. La période romantique témoigne déjà de la quête d´un langage qui exprimerait la terre natale, écartelée entre l´Europe civilisée et l´Amérique sauvage; entre la Civilisation et la Barbarie ou le Primitivisme. Dans cette période, l´indien était assimilié à la nature, à la terre de sorte que l´identité du pays serait associée également à l´espace géographique.
Le Brésil des années 20, était à peine sorti de l´esclavage et débutait son histoire de nation souveraine dans le concert des nations, vivant le passage           d´une économie esclavagiste à une économie libérale moderne. La question “qui sommes-nous”? résonnait à un moment où la ex-colonie se mirait comme nation ayant une identité de peuple et culturel propre. Epreuve difficile, vu que le Brésil avait une population noire nombreuse à peine sortie de l´esclavage, et toute une population métissée dans la chaudière de la société coloniale. La pensée raciste - le darwinisme social, l´évolutionisme - et l´héritage colonial y posaient des écueils. La population “brésilienne” était perçu comme un “ramassis” de populations noires, amérindiennes, métisses et blanches venues de tous côtés, pas encore amalgamées. Le tâche qui s'imposait était alors celle de faire de ces populations diverses un peuple, dans le cas “brésilien”. 
Comment penser une identité culturelle face à une telle diversité et disparités ? Devant le racisme et l´ethnocentrisme? Devant un système économique et social fondé sur le servilisme, la domesticité? L´ethnographie, comme science du peuple [ethno + graphie], ouvre le chemin aux écrivains et intellectuels engagés dans cette invention. Par le biais du folklore, compris comme savoir du peuple, celui-ci fait irruption sur la scène de l´Ecriture, donc de l´Histoire, donc de la Culture, celle-ci assimilée à la Civilisation.
Ecoutons Price-Mars:

Dans un sens large, on peut dire qu'il [le folk-lore] occupe dans l'histoire d'un peuple une position correspondant exactement à celle que la fameuse loi non écrite occupe au regard de la loi codifiée et on peu la définir comme une histoire non-écrite. […] On peut dire que le folk-lore englobe toute la « culture » du peuple qui n'a pas été employée dans la religion officielle ou dans l'histoire de la civilisation […] (Ainsi parla l'oncle)

Le folklore serait ainsi l'histoire non écrite d'un peuple,l'âme du peuple, l'extériorisation du moi collectif où l'on trouve les matériaux de son unité spirituelle. Elle devrait être la matéria prima de la construction de l´expression d´une identité culturelle nationale. L'Europe, ayant surdéterminé l'identité des pays colonisés, dont le résultat étaient l´âme d'emprunt, le bovarysme culturel, il fallait s'inventer une tradition, une histoire, une culture en incorporant la tradition populaire à l´écriture. Dans le travail de l'ethnographe et de l'ethnologue, le geste qui met à distance la tradition vécue pour en faire l'objet d'étude d'un savoir est indissociable du destin de l'écriture. (Michel de Certeau, L'écriture de l'histoire). Le folkloriste, l´ethnographe finissent ainsi par assumer le rôle de mythologue et d´historien.
Ecoutons encore une fois l´Oncle,
[…] rien ne saura empêcher que contes, légendes, chansons venus de loin ou créés, transformés par nous, soient une partie de nous-mêmes, à nous-mêmes révélée comme une extériorisation de notre moi collectif […]
[…] rien ne peut enfin empêcher qu'à l'époque de transition et d'incertitude que nous vivons en ce moment, ces mêmes éléments impondérables ne soient le miroir qui reflète le plus fidèlement le visage inquiet de la nation. Ils constituent d'une façon inattendue et ahurissante les matériaux de notre unité spirituelle.
[…] il faudrait que la matière de nos oeuvres fut tirée quelquefois de cette immense réserve qu'est notre folk-lore, où se condensent depuis des siècles les motifs de nos volitions, où s'élaborent les éléments de notre sensibilité, où s'édifie la trame de notre caractère de peuple, notre âme nationale.

Ces paroles tirées d´Ainsi parlaOncle ponctuent, en Haïti, l´irruption sur la scène sociale, intellectuelle et culturelle du « peuple haïtien » ; le début     d´une valorisation du vaudou, de la langue créole et de la tradition orale haïtienne; le début d´une production littéraire originale créée par l'appropriation de      l´espace et de l´imaginaire populaire haïtien (JONASSAINT, 2012. Le but de l´Oncle était celui d´étudier la valeur du folklore haïtien sous la forme de conférences de vulgarisation. Dans la préface au livre, il avoue, de façon ironique, que les premiers chapitres, portant le nom du titre et consacrés au folklore, ne sont que des amorces au public amateur de frivolités et de bagatelles. À ce qui suit, il réserve le cadre d'une monographie, soit d´une étude scientifique - celui de relever aux yeux du peuple haïtien la valeur de son folk-lore et d'intégrer la pensée populaire haïtienne dans la discipline de l'ethnographie traditionelle.
Price-Mars voulait soumettre la pensée populaire haïtienne au travail scientifique dont les paramètres étaient ceux de l'ethnographie traditionnelle, fondée sur l´opposition entre deux systèmes: celui de l´oralité et celui de l'écrit. Le travail de    l´ethnologue serait celui d'intégrer l'oralité à l'écrit; le mythe à la science; la superstition à la raison; la "pensée primitive" à la "pensée civilisée". Il affirme la nécessité de passer sous le crible de l´etude scientifique les croyances populaires. Il y a ainsi une incorporation de la tradition orale à l´écriture et au discours scientifique; l´histoire non-écrite incorporée à         l´histoire écrite par le biais du personnage de la tradition orale. Le titre Ainsi parla l´Oncle renvoie à la tradition orale des Contes de Bouqui et Malice. Toujours ensemble, le premier représentant la sottise, le second la ruse. Nous pouvons dire que Malice est un frère lointain de Macunaíma, genre de personnages trickster de la tradition orale se caractérisant par la malice, la ruse, la débrouillardise, la sensualité. Observons que Price-Mars cherche à valoriser Bouqui au détriment de Malice, au contraire de Mário de Andrade qui fait d´un personnage trickster le héros du peuple. L´intention de Price-Mars semble être celle de valoriser ce que représente l´Oncle Bouqui, le nèg bossal, par opposition à Malice, le nèg créole. Selon Price-Mars,
Bouqui représente une certaine force faite de patience, de résignation et            d´inintelligence qu´on trouve dans les masses de nos paysans campagnards. Tandis que Malice est le porte-parole de nos doléances, de nos amertumes et de nos habitudes d´assimilation.


Il y a ainsi, dans la perspective de Price-Mars, toute une psychologie de l´haïtien qui se dégage de ces deux personnages.  Bien que le comique et la satire sont dominantes dans les contes et sont plus expressives de l´âme haïtienne, Price-Mars met en valeur l´Oncle, ce qui serait conforme au dessein de son livre, celui de valoriser la culture africaine/bossale. La première partie présente une défense et illustration du folklore haïtien et la deuxième une étude                        d´ethnographie comparée du vodou et de  l´Afrique. L´Oncle n´ignorait pas que la valorisation de la “culture haïtienne” devait passer par la réhabilitation de              l´Afrique. Dans ce sens, il fallait un détour-retour Haïti-Afrique-Haïti - pour mener le débat sur la nation haïtienne. Le refus de l´Afrique et de la négritude serait à l´origine du bovarysme culturel des haïtiens .
Ecoutons Price-Mars,
A la rigueur, l'homme le plus distingué de ce pays aimerait mieux qu'on lui trouve quelque ressemblance avec un Esquimau, un Samoyède ou un Toungouze plutôt que de lui rappeler son ascendance guinéenne ou soudanaise.

Le dessein de désigner un complexe psychologique donnant à la communauté une physionomie spécifique se trouve également chez Mario de Andrade. Malice se caractériserait par ses "habitudes d´assimilation", par le bovarysme collectif qui consiste à se concevoir autre que la collectivité ne l´est pas, dans le cas d´Haïti, à se croire "français coloré". Il nous semble donc que Bouqui et Malice representeraient respectivement l´haïtien de  l´élite et Bouki,   l´haïtien de la campagne, le paysan. Mario également trouve dans un personnage du folclore des symptômes du caractère du "brésilien", encore en formation. Cette "coïncidence" s´explique naturellement par l´influence de la psychologie sur les sciences sociales, fortemente influencées par le darwinisme social et         l´évolutionnisme. Dans le folclore, ils trouvent des traits psychologiques constitutifs du peuple et de la culture. Chez Mário de Andrade, le Brésil a produit une race et une culture métisse; chez Price-Mars la "négritude" est le trait du visage haïtien.
L´Oncle et Mário de Andrade ouvrent deux perspectives concernant la relation entre ethnographie et littérature : celle de l´écrivain-savant et celle du savant-écrivain. Tous les deux accordant au folklore un rôle déterminant dans la construction de la nation par la création d´une culture et d´une littérature nationales. Pour Price-Mars, le folklore serait l´âme haïtienne, le moi collectif,  l´unité spirituelle du peuple, le miroir où se reflète le visage inquiet de la nation. Il trouve dans le folklore, chez Bouqui et Malice, un visage, une âme, un moi collectifs et ses tendances psychologiques. Mário trouve également dans le personnage du folclore indien une entité psychique symptomatique du peuple brésilien, perçu comme multiple, ambigüe, disparate, difficile à en cerner une entité dont les contours soient définis.
Dans Ainsi parla l´Oncle, à part le premier et l´avant-derniers essais sur le folklore et la littérature, les autres essais d´ethnographie comparée sont consacrés à la défense et illustration de l´Afrique. Lié à des intellectuels de la diaspora africaine, à la Société africaine de culture; professeur d´Africologie, Price-Mars inscrit son oeuvre dans les courants du PanAfricanisme et de la Harlem Renaissance, mouvements intellectuels et poétiques de combat contre le racisme et de valorisation de l´homme et de la culture noirs. L´ouvrage de Price-Mars est écrite aux années 20 Haïti, durant l´Ocupation américaine, ce qui a fait éclore une conscience nationale et des mouvements de résistance. À ce moment-là la conscience de la scission d´Haïti, du racisme, de l´exclusion de la population noire sont mis sous une nouvelle lumière. Price-Mars en sera le fustigateur. Selon lui, Haïti était un pays nègre qui devait       s´assumer comme nègre, condition sine qua non pour survivre et participer activement dans le concert des nations; pour créer une littérature originale, voire la nation elle-même. Aux temps forts du racisme, l´artillerie de l´Oncle vise la négation de           l´Africain, du Noir ou du Nègre. L´Oncle visait également le partage d´Haïti, dont parleront plus tard Gérard Barthélemy dans Le Pays en dehors et Jean Casimir, dans La Culture opprimée. La question qui semble sous-entendre son oeuvre concerne l´incorporation de la population paysanne et noire dans le projet de nation. Valoriser Bouqui, l´éclairer, l´éduquer. Telle devrait être la « vocation de l´élite ».
 Ainsi parla l´Oncle est un ouvrage d´un homme conscient  d´appartenir à une élite ayant une vocation [La Vocation de  l´élite, 1919], celle d´éduquer,     d´éclairer, voire civiliser les masses. Price-Mars personnifie la figure de               l´autorité morale et de l´intellectuel éclairé. Au niveau de l´énonciation, il y a le Nous du discours scientifique, du savant qui prend constamment le relais du  Nous de l´élite à laquelle il s´adresse maintes fois et à laquelle il s´identifie. Lorsqu´il s´assimile à l´élite, en faisant appel à sa mission, il cherche à créer le sentiment d´appartenir à une “élite élue”, appelée à jouer un rôle civilisateur et à colmater la  division de la société haïtienne. Par le biais de la science et de      l´art, le « savoir du peuple » haïtien pourrait être incorporé à la pensée et à la création, au développement historique et de l´humanité. Ce qui nous fait penser à Aimé Césaire dont l´oeuvre est une longue refléxion sur le rôle du Noir dans le monde moderne. Pour Césaire la culture et l´art seraient les "armes miraculeuses" dont disposaient l´homme noir. La Négritude de Césaire ne se renferme pas dans un contre-racisme, selon la dialectique de Sartre, ou dans une essence raciale, mais elle opère des connexions poétiques, politiques, historiques et culturelles. Elle se greffe à l´Histoire, à la Culture, à l´Art et à la Politique. Ceci dit, nous considérons donc que l´ouvrage de Price-Mars s´inscrit dans le large mouvement d´affranchissement subjectif, intellectuel, artistique et littéraire des Noirs.
         Au Brésil des années 20, le "mesticismo" (défense du métis au détriment du noir et de l´indien) prend le relais de la "branquitude". L´idée que les bases culturelles du pays se fondaient sur l´héritage des trois races résultant dans une nouvelle et syncrétique culture brésilienne était ce qui soutenait le modernisme de Mário de Andrade (BROOKSHAW, 1983:54), repris postérieurement par Gilberto Freyre et Darcy Ribeiro. Les théories racistas qui voyaient dans le noir et l´indien des éléments à être supprimés naturellement (puisque races dégénérées) et la politique d´État de "blanchissement" de la population brésilienne par l´immigration europpéenne, entamée à la fin du XIXème siècle, sont contrecarrées par une nouvelle tendance, celle du "mesticismo". Mário de Andrade est à l´origine de la construction
Mário de Andrade appartenait à une ville en plein essor avec la richesse produite par le café, et à un milieu intellectuel en ébullition en contact avec tout ce qui se passait en Europe. Les avant-gardes faisaient écho dans une ville en pleine modernisation qui devenait une metrópole, centre de l'aventure modernisante et modernisatrice et scène d'une importante “révolution culturelle”. Mario de Andrade et Oswald de Andrade (sans parenté, malgré leur nom de famille) en sont les metteurs en scène et les acteurs de mouvement dont les objectifs étaient ceux de rompre avec le carcan des formes de pensée et de formes artistiques et littéraires traditionnelles; de se mettre au pas de la modernité en créant une révolution esthétique et culturelle. Le droit permanent à la recherche esthétique était le crédo des avants-gardes qui préconisaient la rupture avec la tradition et la création du nouveau. Ce crédo de l'avant-garde, Mário s´en  est approprié pour actualiser l'intelligence artistique brésilienne et créer une conscience créatrice nationale. L´Anthropophagie fonderait un nouveau rapport des écrivains et  intellectuels avec ce qui est de chez nous et ce qui est étranger. Se reportant au rituel de l'anthropophagie chez les Tupinambás, Oswald de Andrade instaure la "dévoration de l'autre", sa déglutition à l´origine de la culture brésilienne. Comme métaphore, l´anthropophagie est la dévoration, la déglutition et l´incorporation des éléments étrangers qui peuvent servir à l´aventure d´invention du peuple et de la culture brésilienne.
Critique de la culture bourgeoise d´imitation de l´Europe, Mário de Andrade se tourne vers la tradition populaire. L´homme de la ville, de la civilisation va vers la Fôret, vers le Sertão puiser des histoires et un nouveau langage [uma fala brasileira]. Le “touriste apprenti” (titre de son journal et de ses carnets de voyages) va à la recherche du Brésil profond pour l´incorporer au Brésil moderne. L´opposition Europe x Amérique, Civilisation x Barbarie, Culture x Nature (le noir et l´amériendien étaient des êtres associés à la Nature), présente dans l´épistémologie du temps, est mise en échec. Le sentiment           d´habiter un espace divers, multiple épousait l´idée d´un homme multiple. Mário de Andrade se sentait comme un homme de trois races encore en processus de formation, comme Macunaíma dont les traits physiques, psychologiques et moraux sont inachevés. 
Le récit de Macunaíma raconte la vie du personnage depuis sa naissance jusqu´à sa dernière métamorphose, par laquelle il devient étoile. Tout au long de ses voyages à travers le Brésil, notre héros subit des métamorphoses. De la Fôret, où il est né, à la ville de São Paulo, en passant par plusieurs régions du pays, il change et rassemble des traits qui traduisent une identité instable et multiple. Cependant, certains traits le définissent: la paresse, la débrouillardise/la ruse, la tromperie, le sexe.
Ecoutons Mário de Andrade,
 L´intérêt pour Macunaima a été la préoccupation qui occupe mon esprit, celle de travailler et de découvrir autant que possible sur   l´entité nationale des brésiliens. Or, après maintes réfléxions j´ai vérifié une chose qui me paraît certaine: le brésilien n´a pas de caractère. [...] Par caractère je ne définis pas seulement une réalité morale, mais une entité psychique permanente se manifestant dans tout, dans les coutumes, dans l´action extérieure, le sentiment, la langue, l´Histoire, la façon de marcher, dans le bien et dans le mal. Le brésilien n´a pas de caractère parce qu´il ne possède pas de civilisation propre ni conscience traditionnelle.
Les français ont un caractère, les yorubas et les mexicains en ont également. Soit parce qu´ils ont une civilisation propre, soit à cause d´un danger imminent, soit parce qu´une conscience séculaire y  contribuant, ces peuples ont un caractère. Le Bréslien n´en a pas. Il est comme un jeune garçon de 20 ans: on peut à peine percevoir des tendances générales, mais il est encore tôt pour affirmer quoi que ce soit. [...] Pendant que réfléchissais à ces choses, je me suis trouvé face à face avec Macunaima de l´allemand Koch-Grünberg. Et Macunamima est un héros étonnement sans caractère. J´ai joui.
(http://www.passeidireto.com/arquivo/1198920/macunaima-o-heroi sem-nenhum-carater-mario-de-andrade/33)
         En écrivant Macunaíma, le héros sans caractère le projet de Mário a été celui de concevoir littérairement le Brésil comme une entité propre, celui              d´obtenir un concept ethnique national et géographique du Brésil. Selon                l´écrivain, son livre ne devrait pas être vu comme une expression de la culture nationale brésilienne mais comme un symptôme de cette culture. Les traits de son héros sans caractère, sorti tout droit des mythes et des légendes serait un symptôme du brésilien, un type disparate, encore en formation. Livre que             l´auteur lui-même a hésite à définir le genre, Macunaíma est écrit avec des matériaux retirés du folklore brésilien [amérindien et africain surtout): des mythes, des légendes, des contes et des proverbes fondus et incorporés anthropophagiquement à son texte. Quant au genre du “Roman”, l´auteur le définit d´abord comme “histoire” en l´approchant des contes populaires, et ensuite comme une rhapsodie, fragments de folklore dont le travail du romancier a été celui de les rassembler, de les accorder, de les orchestrer tel un rhapsode. Dans le sens grec, la rhapsodie est composée par des fragments de poèmes épiques chantés par des rhapsodes. Elle est également définie par les dictionnaires comme une composition musicale basée sur l´improvisation et inspirée de la tradition populaire. Comme les rhapsodies musicales, Macunaíma présente une variété de motifs populaires.
L'intérêt de Mário pour la musique et pour la musique populaire, de par sa formation et son début de carrière de musicien interrompue, sera incorporé à la fabrication de Macunaíma. Je dis fabrication dans le sens du concept de bricolage de Claude Lévy-Strauss, l´ethnologue français côtoyé par Mário de Andrade lorsqu´il est venu au Brésil enseigner à l´Université de São Paulo (USP) et faire des recherches parmi les tribus indigènes. Quant au style, il se caractériserait par une sorte de "rhapsodisme populaire”, par une exploitation de la parole et de la musique. Ecrit dans un langage qui cherchait à recréer le langage écrit et parlé au Brésil, Mário de Andrade emprunte au vocabulaire, à la syntaxe et à la prosodie des langues indigènes et du parler brésilien encore en formation. L´utilisation de répétions, le style poétique des vieilles narratives héroïques fond l´oralité dans une nouvelle écriture littéraire. Définit par             l´auteur, non sans ironie, comme un poème facile à écrire et comme une anthologie du folklore brésilien.
Le récit de Macunaíma finit par un Epilogue où un narrateur extra-diégétique [l´homme], serait-ce l´auteur, dit avoir raconté cette histoire qu´un perroquet lui avait raconté . Celui-ci préservait de l´oubli les histoires et la langue disparue de la tribu disparue. Macunaíma sort de la tradition orale, envahit l´espace de la fiction et de l´écriture, pour à la fin du récit, revenir à la nuit du mythe et de la légende, comme une étoile à nourrir et guider                    l´imaginaires des hommes. Voilà qu´il revient au mythe.
En fait, tous les mouvements intellectuels, artistiques et littéraires des années 20, en Amérique latine et aux Caraïbes, par marqués par le nationalisme, ont conçu l´inclusion du noir et de  l´amérindien par la voie de la culture, de             l´imaginaire. D´après Mario Vargas Lhosa affirme, au sujet de la littérature indigéniste en Amérique latine, notamment au Pérou, que La fiction reemplazó a la ciencia como instrumento de descripción de la vida social y nuestros profesores de realidad fueron esos soñadores: los literários (Utopía arcaica, p.20). Macunaíma peut être lu comme un roman, un conte, commme un livre de formation du peuple brésilien ou encore comme um livre de folklore brésilien. Inspiré par les voyages ethnographiques au Nord et au Nordeste du "touriste apprenti", le livre résulte d´un projet littéraire et intellectuel. Dans ce sens, Macunaíma devient un classique de la littérature brésilienne mais également un classique d´interprétation du pays. Il introduit un élément dans la compréhension du Brésil et du peuple brésilien : celui du métissage, repris plus tard par le sociologue Gilberto Freyre dans Maîtres et Esclaves (1936) et par              l´anthropologue Darcy Ribeiro dans Le Peuple brésilien. En 1968, Macunaima sera repris dans une adaptation pour le cinéma, dans le cadre du mouvement tropicalista, A Tropicália, mené par Caetano Veloso et Gilberto Gil, et du Cinema Novo de Glauber Rocha dans le contexte des années 60.
         La vague avant-gardiste déferlée surtout à São Paulo dans la Semaine de 22 sera, par la suite relayée par des mouvements régionalistes dont l´expression majeure est le "roman de 30". Celui-ci peut être rapproché du roman indigéniste haïtien des années 30-40 par l´approche du monde rural et par la visée sociale et nationaliste (JONASSAINT, 2002; PRICE-MARS,1959; BROOKSHAW, 1983). Le Modernisme, circonscrit surtout à la ville de São Paulo, cherchait à marier             l´Europe, l´Amérique et l´Afrique, les avant-gardes européennes et la culture populaire (le folklore); la ville et la forêt; le Brésil civilisé des élites blanches et le Brésil “primitif” des amérindiens et des noirs. À côté des Mouvements Moderniste et Anthropophage, de tendance avant-gardiste et nationaliste; il y  a eu le mouvement Verde-Amarelo, devenu le groupe Anta en 1926, de tendance nationaliste de droite;il aboutira, aux années 30, au mouvement politique de           Integralisme, de tendance fasciste.
         Le paysage scientifique des années 20 est dominé par le positivisme et le darwinisme social ou évolutioniste, représentée  notamment par Osvaldo Viana, dans un contexte politique dominé par le projet national. Les théories sociales, même les plus progressistes, portent l´empreinte du racisme. La notion de race est au coeur du débat sur la nation, bien que le concept de culture et de géographie font apparition sous l´influence de l´anthropoloque Franz Boas.                L´Etat brésilien et la bourgeoisie voient dans l´héritage esclavagiste un obstacle à la construction de la nation moderne. Le Noir ou l´Africain étant associés à la Nature, donc au primitivisme, à l´absence de civilisation, l´immigration des européens en vue du blanchissement du peuple brésilien ou de l´assimilation de Noirs serait la "solution" adoptée par l´Etat. La population blanche serait censée "absorber" la population noir de sorte que, dans un futur, le Brésil deviendrait une nation blanche.
         Contrecarrant le discours de la "blanchitude", se développe le discours du "mesticismo" parmi les intellectuels et écrivains. Le mulâtre, perçu avant comme une dégénérescence de la race blanche, est perçu désormais comme une amélioration de la race noire par l´assimilation des ses traits. Le métissage passe en principe du pôle négatif au pôle positif. Pourquoi, il s´agit toujours                       d´éliminer le Noir. Toutefois, l´éloge du métissage et  du "mesticismo" (du Métis), est, aux années 20, incorporée à la production littéraire et intellectuelle et, par la suite, devient également une idéologie d´Etat. Sur le plan littéraire et intellectuel, Mario de Andrade en est un précurseur. Le "mesticismo" chez ce folcloriste et écrivain est le visage du Brésil. Constitué de trois races en processus de amalgame, le peuple brésilien recèlerait des potentialités révolutionnaires. Ses traits négatifs (la paresse, la sensualité, la ruse, la débrouillardise) devenaient, sous l´influence des avant-gardes européennes, positifs. Macunaima, "le héros de nos gens" est le  symptôme du processus                d´amalgame de "trois tristes races". Dans ce processus se trouve la possibilité          d´une nouvelle culture authentique, d´une culture brésilienne.
         L´éloge du métis chez Mario s´inscrit dans un cadre plus large, celui de la valorisation du Primitivisme par les mouvements artistiques et littéraires des années 20 en Europe. Le primitivisme est revendiqué par les artistes et intellectuels américains et caribéens; tout comme la Négritude revendiquera le mot Nègre. L´opposition Europe x Amérique se traduisant par l´oposition entre Civilisation et Primitivisme, les mouvements indigénistes et modernistes ont simplement renversé les pôles positif et négatif. La valorisation du Noir et du Métis, c´est la valorisation de l´intuition, de la spiritualité, de la sensualité par opposition à la raison et le matérialisme de la civilisation blache. Songeons à la fameuse équation de Léopold Senghor sur l´intuition nègre et la raison héllène qui traduit bien la permanence du modèle européen dans la pensée de l´époque.             L´influence de Spengler et sa thèse de la décadence de l´Occident nourrira le Primitivisme qui voyait dans l´Afrique et l´Amérique des sources du Nouveau par opposition à la vieille Europe. Souvent l´éloge du Primitivisme était teinté          d´Exotisme, cette "façon gentil" de ramener l´altérité au même. Quant à l´Etat (brésilien) il fera de l´éloge du "mesticismo" et du métissage l´idéologie de la démocratie raciale au Brésil, refoulant ainsi le racisme de la société brésilienne.
         Dans notre perspective, les parcours de Mário de Andrade et de Price-Mars se rejoignent à plusieurs égards. D´abord, chez les deux l´ethnographie sera mise au service d´un projet de nation. Celle-ci étant envisagée du point de vue racial e culturel. Pour Mario, il s´agissait d´une fondation par la formation du peuple brésilien et la création d´une culture nationale, vu que le Brésil "n´avait pas de tradition, pas de civilisation, pas de peuple". Pour Price-Mars, il s´agissait d´une refondation. L´Occupation américaine déclenche une réaction nationaliste et une conscience aigüe de la division du pays produite par le bovarysme culturel de l´élite et l´exlusion de masses paysannes de la citoyenneté. Pour Price-Mars, la valorisation du folclore permettrait une refondation de la société haïtienne. Pour Mario, le folclore tiendrait la place d´une tradition. Pour tous les deux         c´était par le folclore qu´une culture et une littératures nationales pourraient venir à jour. Ce qui les distingue, c´est la question de la langue. Mário a cherché à "décoloniser" la langue portugaise et à créer une langue nationale par                       l´incorporation des parlers régionales et par le rythme de la musique "folclorique". L´Oncle, bien que faisant référence au créole, ne cherche pas à le promouvoir, son intérêt portant surtout sur la religion vaudou.
         La visée de Price-Mars est plutôt politique et élitiste - l´Oncle   comme La vocation de l´élite (1919) fait appel à l´élite haïtienne pour qu´elle s´engage dans la voie civilisatrice - tandis que celle de Mário culturelle. Price-Mars essaie par le discours scientifique à prouver à l´élite (qui refuse "l´africanité" d´Haïti) que l´Afrique a une civilisation. Mário, quant à lui, inaugure l´interprétation de la nation brésilienne comme métisse mais en devenir. Le mérite de Mário est celui de penser le peuple et la culture comme un processus ouvert. Le folclore prendrait la place de la traditon à être renouvellée. Au contraire, Price-Mars voit dans le folclore l´âme,l´esprit du peuple et de la nation dans une interprétation plutôt essentialiste. Finalement, l´oeuvre de tous les deux appartiennent à ce large mouvement intellectuel, artistique et littéraire qui, aux années 20 et 30, en Amérique latine et aux Caraïbes, ont contribué à la constitution de la nation dans une perspective imaginaire. L´intelligentsia n´était pas préoccupée avec la situation de misère dans laquelle vivait les populations noire et amériendienne: le Noir et l´Indien étaient plutôt des symboles de lutte contre l´intellectualisme de leur culture et les valeurs sociales de la classe bourgeoise dominante.

Bibliographie

ANDRADE, Mário de. Macunaíma, o Héroi sem Nenhum Caráter. Edição coordenada por Telê Porto Ancona sob os auspícios da UNESCO, 1988.3.
______ . O Turista aprendiz. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 198.   
BROOKSHAW, David. Raça e cor na literatura brasileira. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983.
CERTEAU. Michel de. L´Ecriture de l´histoire. Paris: Gallimard, 1975.
JONASSAINT, Jean. Des romans de tradition haïtienne. Sur un récit tragique. France/Canada: L´Harmattan/Cidihca, 2002.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes tropiques. Paris: Plon, 1955.
LOPES, Telê Porto Ancona. Macunaíma: a margem e o texto. São Paulo: Hucitec, 1974.
PRICE-MARS, Jean. Ainsi Parla l´Oncle suivi de Revisiter l´Oncle.  Montréal: Mémoire d´encrier, 2009.
_______ De Saint Domingue à Haïti: Essai sur la culture, les arts et la littérature. Paris: Présence Africaine, 1959
PROENÇA CAVALCANTI, M. Roteiro de Macunaíma. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977.
Toffin Gérard. Écriture romanesque et écriture de l'ethnologie. In: L'Homme, 1989, tome 29 n°111-112. Littérature et anthropologie. pp. 34-49.http://www.persee.fr/web/revues/home/prescript/article/hom_0439 4216_1989_num_29_111_369148
VARGAS LHOSA, Mário. Utopia Arcaica. México: Terra Firme/Fondo de Cultura Económica, 1996.

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